A linha clara, o gênero mais representativo dos quadrinhos europeus, surge em livro didático, apresentado pelo seu maior especialista brasileiro, o versátil Arthur Garcia.
Às vésperas da estreia de Tintin no cinema, um clássico dos quadrinhos, cresce o interesse do público pela obra de seu autor, Hergé, e pelo estilo de quadrinhos de linha clara, o qual ele ajudou a celebrizar.
Em quase todo mundo, o mercado editorial de HQs foi dominado pelos quadrinhos norte-americanos desde as primeiras décadas do século passado, impondo padrões estéticos e culturais por meio de uma eficiente distribuição, através das páginas de jornais e de revistas. A inegável versatilidade do quadrinho norte-americano não impediu, no entanto, que ocorresse uma massificação assombrosa desse gênero específico de arte, pois os quadrinhistas, independentes de sua nacionalidade, desenhavam segundo os padrões dos clássicos americanos que conheceram desde a infância. Esse status começou a mudar mais recentemente, com a ascensão do quadrinho japonês (o mangá), porém, a tendência à massificação continuou — apenas agora os quadrinhistas procuram desenhar seguindo os padrões estéticos do quadrinho japonês.
Em todo esse processo histórico, a exceção ficou por conta de um grupo de artistas franco-belgas, que criou a linha clara por volta do final dos anos 1920, tendo à frente o belga Hergé e o francês Alain Saint Ogan, que sem rejeitar determinadas influências do quadrinho americano, inventaram um tipo de quadrinho feito de desenhos de linhas de espessura uniforme, com figuras nítidas e construídas de forma simples; na narrativa, a linha clara se diferencia por ser direta, linear e bem-humorada, e quanto à temática, privilegia a aventura, e também é bem abastecida de referências históricas.
Com o tempo, a linha clara se espalhou pelos Países Baixos e tem mantido um público fiel em todo o Velho Mundo, enquanto que novas gerações de artistas vêm cultivando o estilo com fidelidade, preservando suas características originais e resistindo aos avanços dos quadrinhos contemporâneos realizados nos EUA, Oriente e na própria Europa.
Aprenda a Desenhar Linha Clara é um livro planejado por Arthur Garcia em que ele ensina como produzir esse gênero de quadrinhos — a construção de figuras, os detalhes anatômicos, o design, o grafismo, os ambientes — em todas as etapas, com a didática primorosa que possui e já vista em outros volumes do seguimento “como desenhar”, que Arthur Garcia tem editado.
O livro também publica um artigo assinado por Franco de Rosa sobre os conceitos que fazem da linha clara o mais artístico dos gêneros dos quadrinhos, e também um glossário sobre os principais quadrinhistas, do passado e de hoje, que se dedicaram à feitura de linha clara.
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